A Federação Anarquista de São Paulo ou FASP, foi fundada em 26 de Julho de 2008, com sede em SP/SP. A FASP é uma Associação de direito privado, constituida juridicamente, com Estatutos Publicos Registrados como de caráter organizacional, classista, educacional e cultural, com a finalidade de atender a todos que a ela se dirigirem. A FASP esta filiada a FAESP, Federação Anarquista do Estado de São Paulo e Confederado a CAOS, Confederação do Anarquismo Organizado Socialmente.
A Confederação
" Quando a Confederação chegar nenhum muro, casa, apartamento, Status Cow, propriedades, radicais e trabalhos vão separar você de você que sera o carrasco e a vitima de você mesmo.
Por tanto se amem e sejam felizes, pois os bons frutos seram multiplicados e os maus frutos serão punidos em meu jardim.
Estou cansado de ganhar almas de Ingratos que ganharam tudo isto aqui e me prodizem maus frutos no paraizo. "
The Proibid
Por tanto se amem e sejam felizes, pois os bons frutos seram multiplicados e os maus frutos serão punidos em meu jardim.
Estou cansado de ganhar almas de Ingratos que ganharam tudo isto aqui e me prodizem maus frutos no paraizo. "
The Proibid
A Coluna Anarquista Organicista
A Federação Anarquista é a Espinha Dorsal do Anarquismo
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
DA PERIFERIA PARA O CENTRO
SUJEITO REVOLUCIONÁRIO E TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
Felipe Corrêa
É o próprio povo, são os famintos,
são os deserdados os que têm de abolir a miséria.
Ricardo Flores Magón
O CONTEXTO DA A.I.T.
O anarquismo, como ideologia, e, portanto, “um conjunto de idéias, motivações, aspirações, valores, estrutura ou sistema de conceitos, que possuem uma conexão direta com a ação — o que chamamos de prática política”1 —, propõe a derrubada do capitalismo e suas instituições fundamentais — dentre elas o Estado —, rumo ao socialismo libertário. Portanto, uma reflexão sobre o anarquismo, hoje e sempre, deve considerar este seu caráter ideológico, de busca pela transformação social.
O próprio surgimento do anarquismo na obra de Proudhon, e mais concretamente no seio da Associação Internacional dos Trabalhadores (A.I.T.) — na atuação de Bakunin e outros militantes da Aliança da Democracia Socialista — confirma este caráter.
A estratégia de transformação social proposta por Bakunin e os aliancistas era dupla. Por um lado, estimulavam o fortalecimento dos movimentos sociais da época e sua aglutinação em torno da A.I.T., que associava livremente os explorados em torno de uma base econômica comum, independente de sua ideologia. A força popular da A.I.T. constituía-se como principal meio de se chegar à revolução social. Por outro lado, trabalhavam — por meio da influência da Aliança (primeira organização específica anarquista) — para impulsionar os trabalhadores da A.I.T. à revolução social.
Nesta dupla atuação, que diferenciava o nível político e anarquista da Aliança do nível social e não-anarquista da A.I.T., Bakunin definiu os papéis de cada um destes níveis:
A Aliança é o complemento necessário da Internacional... — Mas a Internacional e a Aliança, tendendo para o mesmo objetivo final, perseguem ao mesmo tempo objetivos diferentes. Uma tem por missão reunir as massas operárias, os milhões de trabalhadores, através das diferenças das nações e dos países, através das fronteiras de todos os Estados, num só corpo imenso e compacto; a outra, a Aliança, tem por missão dar às massas uma direção verdadeiramente revolucionária. Os programas de uma e de outra, sem serem nada opostos, são diferentes pelo próprio grau do seu desenvolvimento respectivo. O da Internacional, se o tomarmos a sério, também [contém] em germe, mas só em germe, todo o programa da Aliança. O programa da Aliança é a explicação última do [programa] da Internacional.2
Em sua proposta de atuação em níveis diferenciados, Bakunin sustentava que o nível político e o nível social complementavam um ao outro. A estratégia de transformação social revolucionária proposta por ele baseava-se em uma interação dialética do nível político com o social. As forças populares, organizadas de baixo para cima na A.I.T., seriam as verdadeiras forças responsáveis pela revolução social e capazes de levá-la a cabo. As forças anarquistas, organizadas na Aliança, e em permanente contato com a A.I.T., exerceriam a influência necessária, de maneira antiautoritária, garantindo seus objetivos revolucionários. Ao organizar-se como minoria ativa, a Aliança dava força à proposta anarquista, buscando consolidá-la no seio das lutas sociais.
Neste contexto da A.I.T., duas propostas de transformação social revolucionária foram confrontadas. Uma delas, chamada de “centralista”, defendida pelos marxistas, e a outra, chamada de “federalista”, defendida pelos libertários, dentre eles Bakunin e outros membros da Aliança.
Entre as divergências que existiam, e que foram se evidenciando ao longo da história, podemos citar duas, que são trabalhadas de maneira ímpar no texto de Rudolf de Jong. As diferenças em torno do sujeito revolucionário e do caminho para a transformação social. Estas duas diferenças separaram, e ainda separam, em grande medida, duas propostas diferentes de entender a estratégia revolucionária: a anarquista e a marxista.
Rudolf de Jong escolheu para trabalhar todo o pano de fundo desta análise do sujeito revolucionário e da transformação social as relações que definiu como “centro-periferia” que, se por um lado retomam concepções clássicas do anarquismo, por outro nos trazem contribuições relevantes para o anarquismo social e militante de hoje.
RELAÇÕES CENTRO-PERIFERIA
As relações centro-periferia baseiam-se em uma forma libertária de se enxergar as relações presentes em nossa sociedade. Elas estão fundamentadas nas relações de domínio estabelecidas pelos centros em relação às periferias, entendendo que a dominação existe quando uma pessoa ou um grupo de pessoas utiliza-se “da força social de outrem (do dominado), e, conseqüentemente, de seu tempo, para realizar seus objetivos (do dominador) — que não são os objetivos do agente subjugado”3. Assim, desde as questões mais complexas como o capitalismo e o Estado, até as relações de poder dentro de um movimento social ou mesmo de uma organização política podem ser analisadas por esta perspectiva. A luta permanente dos anarquistas, que se constituiu classicamente pelo fim das relações de domínio, é colocada por Rudolf de Jong como a luta permanente pelo fim das relações centro-periferia.
Este objetivo norteia a teoria e a prática dos anarquistas. Ao conceber um modelo teórico de transformação social, a busca pelo fim das relações centro-periferia sugere uma reflexão crítica acerca do Estado, do partido, do exército e das posições de direção e/ou vanguarda. Sugere, também, uma definição do sujeito revolucionário, agente privilegiado deste processo de transformação social.
O fim das chamadas relações centro-periferia norteia toda a atuação dos anarquistas em sua luta na busca da revolução social, fato este que já vem se confirmando pela estratégia de transformação social revolucionária adotada pelos anarquistas, desde a A.I.T., ainda no século XIX. É este modelo de luta, da periferia para o centro, que vem distinguindo anarquistas e a grande maioria dos marxistas, na busca por esta transformação. Comparando as estratégias marxista e anarquista para a transformação social, podemos dizer que
os revolucionários marxistas, os reformistas sociais e, em geral, a maioria dos militantes de esquerda querem sempre usar o centro como um instrumento — e na prática como o instrumento — para a emancipação da humanidade. Seu modelo é sempre um centro: Estado, partido ou exército. Para eles a revolução significa, em primeiro lugar, a tomada do centro e de sua estrutura de poder, ou a criação de um novo centro, para utilizá-lo como um instrumento para a construção de uma nova sociedade. Os anarquistas não desejam tomar o centro; desejam sua destruição imediata. É sua opinião que, depois da revolução, dificilmente haverá lugar para um centro na nova sociedade. A luta contra o centro é seu modelo revolucionário e, em sua estratégia, os anarquistas tentam evitar a criação de um novo centro.4
A partir desta diferença entre anarquismo e marxismo, e do modelo das relações centro-periferia colocado por Rudolf de Jong, podemos refletir sobre duas diferenças fundamentais que vêm separando, desde o século XIX, estas duas formas de conceber a transformação social revolucionária: o entendimento de quem é o sujeito revolucionário e do caminho mais adequado para a transformação social revolucionária.
O SUJEITO REVOLUCIONÁRIO
Uma discussão que vem sendo travada há tempos dentro da corrente socialista revolucionária, sendo esta entendida de maneira ampla, é sobre quem seria o sujeito revolucionário, ou seja, aquele setor da população que teria a responsabilidade e a capacidade de realizar a revolução. Ainda na A.I.T., evidenciou-se uma diferença entre a concepção de Marx e a de Bakunin.
Marx, ao realizar sua análise da história e identificar a contradição evidenciada na luta de classes entre a burguesia e o proletariado, colocava sua expectativa em uma parte específica do proletariado: o proletariado industrial e urbano, que existia em abundância nas regiões mais desenvolvidas economicamente. Marx acreditava que, antes da revolução rumo ao socialismo, que conduziria à ditadura do proletariado, a sociedade deveria passar por uma revolução burguesa, que estabelecesse o capitalismo de maneira plena, desenvolvendo as forças produtivas e criando este proletariado industrial — o sujeito revolucionário que conduziria a sociedade à sua emancipação. Desta maneira, as forças progressistas da sociedade seriam a burguesia (que transformaria as economias pré-capitalistas em capitalismo) e o proletariado (que transformaria o capitalismo em socialismo).
Assim, apesar do conjunto de classes exploradas ser muito mais amplo que este setor do proletariado definido por Marx como sujeito revolucionário, ele não acreditava que outros setores pudessem ser investidos desta função revolucionária. O lumpemproletariado, os camponeses, trabalhadores manuais e as culturas pré-capitalistas não teriam, para ele, um papel revolucionário; muitas vezes, ao contrário, seriam forças conservadoras.
Bakunin trabalhava com um conceito mais amplo e generoso de sujeito revolucionário. Incluía nele, com grande ênfase, os camponeses, concebendo que a revolução não poderia ser realizada, plenamente, pelo proletariado industrial e urbano. A revolução social, que conduziria ao socialismo libertário deveria, necessariamente, contar com a contribuição dos camponeses. Enfatizava Bakunin que:
A sublevação do proletariado das cidades não é suficiente; com ela teríamos somente uma revolução política, que teria necessariamente contra e1a a reação natural e legítima do povo dos campos, e esta reação, ou unicamente a indiferença dos camponeses, esmagaria a revolução das cidades, como aconteceu ultimamente na França. Só a revolução universal é suficientemente forte para inverter e quebrar o poder organizado do Estado, sustentado pelos recursos das classes ricas. Mas a revolução universal é a revolução social, é a revolução simultânea dos povos dos campos e das cidades. É isso que é preciso organizar, — porque sem uma organização preparatória, os elementos mais fortes são impotentes e nulos.5 (grifos nossos)
Que fazer? Não podendo impor a revolução nos campos, é preciso produzi-la, provocando o movimento revolucionário dos próprios camponeses, levando-os a destruir, com as suas mãos, a ordem pública, todas as instituições políticas e civis e a construir, a organizar nos campos a anarquia.6
Ao discutir a revolução social na Europa e dar preferência aos países “periféricos” como Espanha, Rússia e Itália, Bakunin diferenciava-se de Marx, dando, além desta atenção ao potencial revolucionário dos camponeses, ênfase ao “lumpemproletariado” — que aparece descrito abaixo como “proletariado esfarrapado” — em suas reflexões sobre a revolução na Itália.
Não existe na Itália, como em muitos outros países da Europa, classe operária separada, em parte já privilegiada graças a altos salários, gabando-se inclusive de certos conhecimentos literários, e a tal ponto impregnada das idéias, das aspirações e da vaidade burguesas, que, os operários que pertencem a este meio, só se diferenciam dos burgueses por sua condição, de forma alguma por sua tendência. É sobretudo na Alemanha e na Suíça que existem muitos operários deste tipo; todavia, na Itália, há bem poucos, tão poucos que eles estão perdidos na massa e não têm nenhuma influência sobre ela. O que predomina na Itália, é esse proletariado esfarrapado, dos quais o Srs. Marx e Engels e, em seguida, toda a Escola da social-democracia alemã, falam com o mais profundo desprezo, e bem injustamente, pois é nele, e apenas nele, e não na camada aburguesada da massa operária, que reside, na totalidade, o espírito e a força da futura revolução social.7 (grifos nossos)
Rudolf de Jong, ao mapear as relações centro-periferia, retoma estes conceitos do anarquismo clássico que foram expressados por Bakunin e os extrapola, propondo uma série de relações que constituem toda importante base para a concepção do sujeito revolucionário de hoje. Estas relações de dominação — que constituem as relações centro-periferia e que, portanto, nos fazem entender o conjunto de classes exploradas — identificam como explorados os membros das culturas e sociedades completamente distantes do centro e também daquelas que, em contato com o centro, buscam manter sua identidade (fundamentalmente os indígenas). Identificam, ainda, explorados como pequenos produtores, trabalhadores especializados, camponeses, “lumpemproletariado”, desempregados, trabalhadores precários e assalariados, pobres etc., mesmo sabendo que várias destas categorias se sobrepõem. Assim, para ele, todas estas vítimas das relações centro-periferia constituiriam o sujeito revolucionário de hoje.
A TRANSFORMAÇÃO SOCIAL REVOLUCIONÁRIA
O modelo de transformação social revolucionária proposto pelo anarquismo também diverge amplamente dos modelos derivados do marxismo, sejam eles reformistas ou revolucionários. Desde a A.I.T., a questão entre os meios e os fins permanece a mesma. Isso porque, entre marxistas e anarquistas, geralmente houve certo acordo em relação à crítica do capitalismo e uma aproximação na proposta de sociedade futura. A divergência sempre se deu, e ainda se dá, em relação aos meios de se chegar ao fim desejado. Entre outras coisas, os anarquistas nunca concordaram com o papel do Estado e do socialismo como “período intermediário” (de ditadura do proletariado) reivindicado pelos marxistas.
Para a grande maioria dos marxistas, a revolução passa, necessariamente, pela tomada do Estado e pelo estabelecimento de um período de centralização e ditadura, fato que nunca foi aceito pelos anarquistas. Bakunin, em um prognóstico mais do que certeiro, previa, ainda no século XIX, o que seriam as experiências “socialistas” do século XX. Previa ele que este modelo de transformação social — que Rudolf de Jong chamaria de transformação do centro para a periferia — não conduz à emancipação do povo, mas sim à continuidade da sua escravidão. Isto porque não há como se defender os interesses da periferia — neste caso, o povo explorado — por meio de uma instituição do centro — o Estado.
Bakunin conseguiria antever que, assim que o Estado fosse tomado, ainda que sob justificativa da defesa dos interesses do povo, seria criada uma nova classe de exploradores que continuaria a dominação, ao invés de acabar com ela. Esta “nova classe”, ainda segundo Bakunin, nunca mais abandonaria as posições de privilégio adquiridas. O socialismo como período intermediário, ou a “ditadura do proletariado”, nunca chegaria à sociedade sem Estado. A nova classe no comando do Estado passaria a defender não mais os interesses do povo, mas sim os seus próprios interesses.
Tudo isso porque o problema não está em quem ocupa o Estado, mas no Estado em si. Sabemos que não é suficiente substituir o rei, se a monarquia continua, e o mesmo vale para o Estado. A questão não é questionar quem está no Estado, mas o Estado em si, pois como ele é um pilar fundamental do capitalismo, não é neutro, reproduz e sustenta relações de domínio e exploração em seu seio. Assim,
(...) nenhum Estado, por mais democráticas que sejam as suas formas, mesmo a república política mais vermelha, popular apenas no sentido desta mentira conhecida sob o nome de representação do povo, está em condições de dar a este o que ele precisa, isto é, a livre organização de seus próprios interesses, de baixo para cima, sem nenhuma ingerência, tutela ou coerção de cima, porque todo Estado, mesmo o mais republicano e mais democrático, mesmo pseudopopular, como o Estado imaginado pelo Sr. Marx, não é outra coisa, em sua essência, senão o governo das massas de cima para baixo, com uma minoria intelectual, e por isto mesmo privilegiada, dizendo compreender melhor os verdadeiros interesses do povo, mais do que o próprio povo.8
A coerência entre meios e fins, fortemente defendida no anarquismo, aponta ser uma imensa contradição querer defender o conjunto de classes exploradas, que é um elemento periférico da sociedade, por meio de uma instituição que é um pilar fundamental do sistema capitalista e da sociedade de classes, ou seja, uma instituição central.
Diferentemente, a luta anarquista pela transformação social revolucionária não passa pela tomada do Estado, mas sim pela mobilização de amplos setores da população para, de baixo para cima, promover a revolução social e abrir caminho rumo ao socialismo libertário. A revolução social, na concepção anarquista, promove uma imediata substituição do Estado pelas estruturas autogeridas e federadas do socialismo libertário, momento em que o poder político é descentralizado e autogerido pelo povo. A nosso ver, o caminho para operar esta transformação social se dá por meio da criação e do desenvolvimento de movimentos sociais, juntamente com a organização específica anarquista, desenvolvendo suas atividades de trabalho/inserção social, produção/reprodução de teoria, propaganda anarquista, formação política, concepção e aplicação de estratégia, relações políticas e sociais, gestão de recursos.
Os movimentos sociais, ao possuírem determinadas características (força, classismo, autonomia, combatividade, ação direta, democracia direta e perspectiva revolucionária), terão condições de aliar-se na luta pela transformação social revolucionária, constituindo uma forma de organização popular ampla, que agregue o maior número possível de movimentos sociais radicalizados, negando a centralização e hierarquia, e afirmando o federalismo e a horizontalidade. O papel da organização específica anarquista é, lado a lado com os movimentos sociais — ou com a própria organização popular — influenciar-lhes o quanto for possível, para que estas características estejam presentes, funcionando como o fermento deste bolo, que se aquece com o calor da luta de classes.
Este modelo de anarquismo foi desenvolvido, entre outros, por Malatesta, que sugere uma transformação social revolucionária neste sentido, da periferia para o centro. Vejamos um resumo deste modelo de transformação.
Ao povo que quer se emancipar, só resta uma saída: opor violência a violência. Disso resulta que devemos trabalhar para despertar nos oprimidos o vivo desejo de uma transformação radical da sociedade, e persuadi-los de que, unindo-se possuem a força de vencer. Devemos propagar nosso ideal e preparar as forças morais e materiais necessárias para vencer as forças inimigas e organizar a nova sociedade. Quando tivermos força suficiente, deveremos, aproveitando as circunstâncias favoráveis que se produzirão, ou que nós mesmos provocaremos, fazer a revolução social: derrubar pela força o governo, expropriar pela força os proprietários, tornar comuns os meios de subsistência e de produção, e impedir que novos governantes venham impor sua vontade e opor-se à reorganização social, feita diretamente pelos interessados. (...) Devemos fazer com que o povo, em sua totalidade e em suas diferentes frações, exija, imponha e realize, ele próprio, todas as melhorias, todas as liberdades que deseja, na medida em que concebe a necessidade disso e que adquire a força para impô-las. Assim, propagando sempre nosso programa integral e lutando de forma incessante por sua completa realização, devemos incitar o povo a reivindicar e impor cada vez mais, até que ele consiga a sua emancipação definitiva. (...) A propaganda, oral ou escrita, sozinha, é impotente para conquistar para as nossas idéias toda a grande massa popular. É preciso uma educação prática, que seja alternadamente causa e resultado da transformação gradual do meio. (...) Denunciando sempre esta espécie de governo, exigindo sempre a liberdade integral, devemos favorecer todo combate por liberdades parciais, convictos de que é pela luta que se aprende a lutar. Começando a provar a liberdade, acaba-se por desejá-la inteiramente. Devemos sempre estar com o povo; e quando não conseguirmos fazer com que queira muito, devemos fazer com que, pelo menos, ele comece a exigir alguma coisa. E devemos nos esforçar a que aprenda a obter por si mesmo o que quer — pouco ou muito —, e a odiar e a desprezar quem quer que vá ou queira fazer parte do governo. (...) Devemos procurar enfraquecê-lo [o governo] e obrigá-lo a fazer uso dele o menos perigosamente possível. Mas, esta ação, devemos fazê-la sempre de fora e contra o governo, pela agitação na rua, ameaçando tomar pela força o que se exige. Jamais deveremos aceitar uma função legislativa (...) pois, assim agindo, diminuiríamos a eficácia de nossa ação e trairíamos o futuro de nossa causa.9
Esta reflexão sobre a transformação social revolucionária evidencia ainda outra qualidade do texto de Rudolf de Jong. Ele também consegue extrapolar a questão do debate em torno do Estado. É um fato que os anarquistas já discutiram abundantemente suas diferenças com os marxistas em torno do Estado. No entanto, as reflexões, a partir desta lógica das relações centro-periferia, nos dão base para discutir outras questões.
Primeiramente, duas que são citadas pelo autor: o partido e o exército.
Rudolf de Jong expõe, também de maneira ímpar, outra diferença entre as escolas do socialismo, que está em torno da idéia de partido, ou de organização política revolucionária. A concepção de partido leninista, adotada por praticamente a totalidade das organizações marxistas durante e após a Revolução Russa, também evidenciam esta concepção de transformação pelo centro. Lenin, ao desenvolver sua teoria do partido, distorceu a proposta bakuninista de separação dos níveis político e social. Bakunin entendia esta separação da organização anarquista e dos movimentos sociais necessária, porém complementar e dialética, em que havia influências mútuas do político para o social e vice-versa. Lenin, ao pensar esta separação, colocou o nível político, representado pelo partido, acima do nível social, representado pelos “movimentos de massa”, considerando os segundos apenas uma correia de transmissão do primeiro. Esta relação, a partir do modelo leninista, não se constituía mais em uma relação mútua, como desejava Bakunin, mas sim uma relação de mão única, do partido para os movimentos.
A grande diferença entre os anarquistas e os marxistas (principalmente os leninistas) que defendem esta separação entre os níveis político e social, é que os marxistas consideram que o nível político possui hierarquia e domínio em relação ao nível social, o que se confirma quando analisamos sua concepção do partido como “vanguarda do proletariado”. O partido, a partir do momento que se coloca no topo da pirâmide, cuja base são os movimentos sociais, não pode ser outra coisa senão um centro. Quando o partido, constituído em vanguarda, se coloca acima ou à frente dos movimentos sociais, tende a buscar uma transformação social que, ainda que seja revolucionária, vem de cima para baixo, do centro para a periferia.
A proposta anarquista que defende esta separação dos níveis político e social é radicalmente diferente. A concepção de minoria ativa, que sustenta uma relação ética entre os níveis político e social, está em pleno acordo com a criação e o desenvolvimento dos movimentos sociais pela base, da construção da organização popular e da transformação social revolucionária que vai da periferia para o centro.
É por meio da ética, e somente por meio dela, que a organização anarquista não atua como um partido autoritário (mesmo que revolucionário). A ética do anarquismo, diferente de todas as outras ideologias, sustenta uma posição única de relação entre os níveis político e social. Por este motivo, a ética é absolutamente central a qualquer organização anarquista que queira realizar trabalho com os movimentos sociais. Diferentemente da organização de vanguarda, o nível político organizado como minoria ativa, que atua com ética, não possui relação de hierarquia e nem de domínio em relação ao nível social. Para nós, como enfatizamos, os níveis político e social são complementares e possuem uma relação dialética. Neste caso, o nível político complementa o nível social, assim como o nível social complementa o político.
Ao contrário do que propõem os autoritários, a ética da horizontalidade que funciona dentro da organização específica anarquista se reproduz em sua relação com os movimentos sociais. Quando em contato com o nível social, a organização específica anarquista atua com ética e não busca posições de privilégio, não impõe sua vontade, não domina, não engana, não aliena, não se julga superior, não luta pelos movimentos sociais ou à frente deles. Luta com os movimentos sociais, não avançando nem um passo sequer além do que eles pretendem dar.
Entendemos que a partir desta perspectiva ética de nível político, não existe fogo que não seja aceso coletivamente; não há como ir à frente, iluminando o caminho do povo, enquanto o próprio povo vem atrás na escuridão. O objetivo da minoria ativa é, com ética, estimular, estar junto ombro a ombro, prestar solidariedade quando ela é necessária e solicitada. Por isso, diferentemente da vanguarda, a minoria ativa é legítima.10
Rudolf de Jong também realiza interessantes reflexões sobre as diferenças entre marxistas e anarquistas, na discussão da luta armada. Desde sempre, as duas concepções foram diferentes. Podemos considerar, ainda no seio da Revolução Russa, as diferenças entre o Exército Vermelho, que funcionava com disciplina e hierarquia militares obrigando seus soldados a lutar11, e o exército insurrecional makhnovista, ou mesmo a luta armada na Espanha de 1936, em que os combatentes eram voluntários e as posições de disciplina e hierarquia radicalmente diferentes.
As próprias posições mais recentes sobre a guerrilha, daqueles que se insurgiram contra os regimes ditatoriais na América Latina, é emblemática. De um lado, descendentes diretos do marxismo propunham o foquismo guevarista como estratégia de luta armada. Organizações no Brasil, na Argentina, no Uruguai etc. optaram por esta estratégia que, se por um lado sustentava uma ação de impacto no combate à ditadura, por outro pecava no apoio popular e na inserção social junto às camadas da população que se propunham a defender. Se por um lado constituía um foco de resistência relevante na luta contra o regime militar, por outro se descolava como uma vanguarda que queria lutar, não com o povo, mas pelo povo. Assim, o foquismo, na perspectiva de Rudolf de Jong, poderia ser pensado como uma tentativa de transformação do centro para a periferia.
Diferentemente, a Federação Anarquista Uruguaia (F.A.U.), que aderiu à luta armada contra a ditadura no Uruguai, realizou uma reflexão que buscava pensar a luta armada, de maneira distinta do foquismo, bastante em voga naquele momento. Em um documento chamado El Copey, a F.A.U. insiste em uma concepção de luta armada em acordo com os princípios anarquistas, concebendo a transformação da periferia para o centro, ou seja, com participação significativa nos movimentos sociais — chamados “movimentos de massas” pelos uruguaios — e colocando a luta armada como mais um esforço revolucionário e não como o principal e único esforço a partir do qual se desencadeariam outros. Em sua reflexão, a F.A.U. colocou:
Concebemos a luta armada como aspecto fundamental da prática política de um partido clandestino, que atua também com base em uma estratégia harmônica e global, no nível de massas. (...) Tudo parece indicar que a função da guerrilha urbana não é buscar a vitória em um enfrentamento direto, mano a mano, com o exército. (...) Definitivamente, a guerrilha urbana, quando se trata de busca da revolução social, parece ter como função idônea preparar o salto, a passagem qualitativa para outra forma de luta através da qual pode ser conseguida a vitória decisiva no marco urbano, a insurreição. A guerrilha urbana, cremos, portanto, só é legítima como preâmbulo e preparação necessária e imprescindível da insurreição. Processo insurrecional que, claramente, pode ter formas diversas, mas que implica sempre uma participação de certo volume dos setores de massas. (...) Não é necessário esperar que a metade mais um dos habitantes de uma cidade decidam se levantar em armas para fazer uma insurreição. (...) Portanto, quando aludimos a uma série de ações de massas de outro nível, está subentendido que participe o setor mais dinâmico das massas.12
Assim, apesar de a luta armada poder ser realizada pela organização política, ela não se constitui como sua única atividade e nem, muito menos, substitui a necessidade desta organização e de seu trabalho no nível social.
Uma segunda reflexão, que não é colocada diretamente por Rudolf de Jong, mas que pode ser feita a partir de seu texto, é sobre a interação entre as organizações anarquistas e os movimentos sociais. Esta reflexão da transformação pela periferia nos faz crer que, ao estabelecer este contato com os movimentos sociais, os anarquistas devem, em primeiro lugar, buscar movimentos sociais que signifiquem a periferia do sistema em que vivemos, e, em segundo lugar, dentro destes movimentos, buscar contato com as “áreas periféricas”, ou seja, a base e não com a direção.
Para o trabalho social, os anarquistas devem eleger os movimentos sociais mais dispostos a radicalizar, e defender posições práticas semelhantes às suas. Isto é mais fácil, geralmente, nos movimentos sociais em que a luta de classes é mais evidente; movimentos que ainda são pouco institucionalizados, hierárquicos etc. Este raciocínio é fundamental para saber onde as sementes do anarquismo devem ser plantadas e, dentro de cada contexto, quais são as movimentações populares que devem receber a atenção dos anarquistas.
O caso do sindicalismo é um exemplo que deve ser analisado com bastante atenção. O nível de hierarquização e burocratização em que se encontram diversos sindicatos, muitas vezes, pode fazer com que eles sejam terrenos por demais complicados de atuar — utilizando muita energia dos anarquistas e oferecendo poucas possibilidades. No entanto, isso não pode ser generalizado. Há setores sindicais ainda bastante autônomos, combativos e com possibilidade de trabalho em favor do conjunto das classes exploradas. A questão é sempre verificar se o sindicato, ou mesmo o movimento social, é ou não um espaço com estas possibilidades. Se for, merece esforço.
Esta reflexão sobre o terreno mais adequado para plantar as nossas sementes deve sempre ser feita. A experiência vem mostrando que é nos setores mais periféricos que as pessoas possuem mais afinidade com o anarquismo — os setores em que as pessoas têm muito pouco, ou nada a perder.
Quando em contato com os movimentos sociais — e sabemos que muitos deles estão hierarquizados e dominados por uma direção descolada da base — os anarquistas devem sempre se aproximar da base e não da direção. Fruto de outra série de experiências práticas, esta atuação da periferia para o centro dentro dos movimentos sociais indica que os esforços das organizações anarquistas devem se dar sempre de baixo para cima, buscando construir relações com os militantes de base e, por meio de tendências ou outros agrupamentos ou entidades, fazer com que a direção seja ouvida pela ampla maioria da base, que pode exigir maior participação, democracia direta etc. Assumir posições de direção nos movimentos sociais pode e deve ser objeto de grande preocupação entre os anarquistas, pois, quando isso acontece, pode-se, mesmo que sem querer, estar insistindo em uma transformação do centro para a periferia, com conseqüências funestas para a luta.
PENSANDO AS RELAÇÕES CENTRO-PERIFERIA HOJE
Finalmente, podemos afirmar que o anarquismo, como proposta ideológica de transformação social revolucionária, teve, e ainda tem, muito a oferecer ao campo do socialismo. Esta reflexão sobre a transformação social passa, inevitavelmente, por uma discussão acerca da luta de classes e de seus atores na sociedade de hoje.
Nitidamente, a contradição clássica entre a burguesia e o proletariado não dá conta das relações de dominação de hoje. Ao refletirmos sobre a questão da classe no Brasil, podemos relacionar a classificação centro-periferia de Rudolf de Jong com uma série de experiências que apontariam para novos e potenciais sujeitos revolucionários. Os sem-terra, sem-teto, desempregados, catadores de material reciclável, indígenas, camponeses, pequenos produtores etc., foram (e algumas vezes ainda são) classificados como “lumpemproletariado”, tendo negado o seu potencial revolucionário. No entanto, é um fato que estes sujeitos despontam como atores importantes e fundamentais nos movimentos sociais e nas lutas de nosso tempo. Juntamente com trabalhadores e estudantes, podem constituir hoje esta importante aliança de classe em torno do projeto revolucionário.
Para este projeto, o conjunto de classes exploradas tem condições de operar, a partir dos movimentos sociais, transformações sociais significativas. O modelo anarquista de transformação social revolucionária possui aspectos bastante relevantes que podem ajudar a conceber esta transformação.
1. Trabalhar as transformações sociais por fora do Estado, que não deve ser utilizado como um meio, nem como propõem os reformistas, nem como propõem os revolucionários.
2. Reforçar a idéia anarquista de defender a ideologia dentro dos movimentos sociais e não o contrário, quando os movimentos funcionam como correia de transmissão de um partido ou uma ideologia determinada.
3. Sustentar uma interação complementar e dialética entre a organização política e os movimentos sociais (níveis político e social), em que há desenvolvimento mútuo e não há hierarquia e domínio.
4. Reconhecer a inevitabilidade do enfrentamento para a transformação revolucionária, refletindo, de maneira estratégica e tática, como e quando a violência deve ser utilizada, ainda que seja sempre como resposta, e, portanto, uma forma de autodefesa.
5. Conceber formas de atuação que dêem espaço para o envolvimento das bases, lutando com o povo e não por ele ou à frente dele.
6. Eleger os melhores espaços para atuar, buscando movimentos que agrupem militantes que sofrem de maneira mais dura os efeitos do capitalismo e que podem ser grandes aliados na luta de classes.
7. Buscar as bases dos movimentos sociais, construindo um projeto de organização popular que vá de baixo para cima, ou da periferia para o centro, visando à transformação social revolucionária.
Novembro de 2008
Notas:
1 FARJ. Anarquismo Social e Organização. São Paulo/Rio de Janeiro: Faísca/FARJ (no prelo).
2 Mikhail Bakunin. “Educação Militante”. In: Conceito de Liberdade. Porto: Rés Editorial, s/d pp. 151-152.
3 Fabio López López. Poder e Domínio: uma visão anarquista. Rio de Janeiro: Achiamé, 2001 p. 83.
4 Rudolf de Jong. A Concepção Libertária da Transformação Social Revolucionária.
5 Mikhail Bakunin. “Necessidades da Organização”. In: Conceito de Liberdade, p. 137.
6 Mikhail Bakunin. “Os Camponeses”. In: Conceito de Liberdade, p. 119.
7 Mikhail Bakunin. Estatismo e Anarquia. São Paulo: Imaginário, 2003, pp. 29-30.
8 Ibidem. p. 47.
9 Errico Malatesta. “Programa Anarquista”. In: Escritos Revolucionários. São Paulo: Imaginário, pp. 13-23.
10 FARJ. Anarquismo Social e Organização.
11 Sabe-se que no Exército Vermelho os desertores eram mortos e que, quando isso não funcionava mais, os bolcheviques ameaçavam de morte as famílias dos combatentes, em caso de deserção.
12 FAU. El Copey. A utilização da palavra “partido” aqui é feita da mesma maneira que o fez Malatesta, que por partido referia-se à organização específica anarquista.
Nossa visão sobre a Plataforma
Texto do Laboratório de Estudos Libertários
Entendemos o texto "A Plataforma da Organização" como uma valiosa contribuição para o anarquismo militante e combativo. Mas, ao contrário do que possa parecer, o maior acerto deste documento foi justamente expor as bases programáticas da ação de uma ideologia revolucionária. Se fosse escrito por pessoas sem vínculo com a luta popular, já seria uma grande obra. Sendo produzido como uma reflexão política pelos companheiros ucranianos no exílio, o texto ganha legitimidade na característica mais marcante dos anarquistas: a gente faz o que fala.
A Revolução Russa começou em um processo de insurreição em 1905, justo o ano em que Nestor Machnó se inicia na luta. Mas, é sempre bom afirmar que a história é feita por milhões de pessoas, multidões em marcha, e não por individualidades. Não faz parte da ideologia e da tradição anarquista enaltecer ou criar mitos em torno de uma pessoa. Isto porque, além de injusta, esta não é nossa visão de mundo. Voltando a Plataforma, ao escreverem o documento em 1926, os guerrilheiros ucranianos expressaram publicamente uma proposta de organização que vinha sendo forjada há mais de 70 anos.
Podemos afirmar que o anarquismo contemporâneo, surge como proposta política de libertação dos trabalhadores e oprimidos nas jornadas de 1848. Deste marco, até o ano de 1917 quando se inicia a Revolução Russa, o anarquismo forjou na raça sua própria teoria política e organizativa. Ë fundamental compreender os dois princípios básicos da organização política específica dos anarquistas, seja em qualquer etapa de um processo histórico.
A motivação dos anarquistas se organizarem é a de participar e disputar a hegemonia dos movimentos populares de um determinado território ou população. Ou seja, estes militantes se organizam com a função de impulsionar um processo revolucionário em todos os níveis. Para isto, dois mecanismos são necessários. O Federalismo (ou seja, a forma federalista de organizar o partido dos anarquistas) e sempre algum nível conspirativo.
Nossa ideologia aplica a Autogestão para os níveis sócio-econômicos de uma sociedade, a autogestão plena de um sindicato ou associação de moradores não pode ser a de uma federação, caso esta se proponha a tentar ajudar a derrubar um regime, destruir o sistema, sua elite dominante e transformar a sociedade. O anarquismo entende a sociedade como uma luta permanente contra a opressão, o Estado como o braço político-jurídico-militar do inimigo e a função da ideologia é aplicar uma série de medidas práticas para aumentar as conquistas da classe e povo. Portanto, o anarquismo não confia no sistema que o inimigo se apodera e domina. A ideologia tem de se organizar em forma política para contribuir nesta luta. O anarquismo de combate não pode conviver pacificamente com o capitalismo, não é uma forma de comportamento, é um compromisso de vida com o socialismo e a liberdade.
A grande contribuição da Plataforma é justamente sistematizar minimamente estas idéias, dando uma visão precisa do que é uma sociedade desigual, as relações de força e a necessidade do Poder Popular derrotar em todos os níveis ao Poder Opressor e suas formas de domínio sobre a sociedade. O texto que Machnó e os demais companheiros fizeram nada mais é do que fruto de um processo que se inicia com as insurreições operárias e populares de 1848, as carbonárias anarquistas, a atuação da Aliança e da Fraternidade coordenadas por Bakunin e hegemônicas na Ala Federalista da 1a Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT).
Na atualidade, compreendemos que o "plataformismo" nada mais é do que um outro nome para a proposta política-específica dos anarquistas. A mesma das carbonárias clandestinas e semi-clandestinas de Bakunin. A mesma proposta de Partido Anarquista defendida por Malatesta até 1922. A Federação específica que era a Federação Anarquista Ibérica (FAI) em certo volume, mas que infelizmente não chegou a desenvolver um programa revolucionário. Faz parte da mesma tradição do Partido Liberal Mexicano (PLM, era o nome original, na verdade era Libertário) dos companheiros Ricardo Flores Magón, Praxedes Guerrero e milhares de camponeses zapatistas. Nesta mesma linha política, e avançando muito além no plano teórico e operacional, a Federação Anarquista Uruguaia (FAU) segue há mais de 45 anos.
O que afirmamos é a importância histórica e de identidade combativa da Plataforma. A contundência e a força de uma organização político-militar como o Exército Insurrecional dos Camponeses da Ucrânia (machnovista) é a tradição anarquista mais precisa em pleno funcionamento. Não descaracterizamos visões filosóficas, artísticas e comportamentais de influência anarquista. Mas, vemos a Plataforma como uma expressão pública do que é o anarquismo político.
No momento que vivemos, temos de criar as bases de um processo que construa organizações específicas anarquistas e que cada uma destas organizações gere as bases de suas própria plataformas. Isto é, um programa, uma forma de funcionamento de partido anarquista (federalista e funcional), um bom conhecimento de como funciona o capitalismo e "as matrizes e tradições sociais do povo onde estas organizações se inserem". Isto é uma Plataforma!
São processos longos, algumas vezes tortuosos, mas imprescindíveis e necessários. No caso brasileiro, sabemos da complexidade deste país e também que os primeiros passos são organizações a nível estadual. A existência de uma organização específica brasileira (a ser construída) é condição prévia para uma possibilidade de revolução social nesta parte do mundo. Isto significa, que se queremos de fato influenciar e disputar o processo de libertação do povo brasileiro, temos de estar organizados para isto. Se queremos ter uma chance de superar 500 anos de colonialismo e opressão da América Latina, é necessário uma revolução brasileira.
Um bom exemplo de necessidade social e vontade política é a Plataforma e seu grupo criador, o Dielo Trouda. Vemos que a maior contribuição deste documento é tornar público o anarquismo como ele é e funciona. Nossa ideologia em ação é isto, uma ferramenta político-organizativa para os pobres, trabalhadores, oprimidos, excluídos e explorados do mundo (e no nosso caso, do Brasil e da América Latina) se libertarem do capitalismo e do imperialismo. A luta em todos os níveis implica a necessidade de uma teoria (hipótese a ser testada na realidade) e uma prática política (incidência sobre a realidade da organização anarquista, através da inserção social e a execução de seu programa revolucionário) através de uma Organização Específica dos Anarquistas comprometidos com o Socialismo e a Liberdade.
Ser mais um exemplo (teórico e prático) do anarquismo em ação é a importância que documentos como a "Plataforma da Organização" tem e sempre terão.
Saudações Libertárias,
Laboratório de Estudos Libertários.
Site: Makhno / Makhnovists
http://www.nestormakhno.info/portuguese/index.htm
terça-feira, 18 de novembro de 2008
O príncipe vermelho e negro da Anarquia
" O tempo e o espaço é apenas um detalhe para o príncipe vermelho e negro do Anarquismo, pois este não gira em torno do sol. Ele viaja por todo o Universo ."
Pyotr Alexeyevich Kropotkin, em russo Пётр Алексе́евич Кропо́ткин, (Moscou, 9 de dezembro de 1842 — Dmitrov, 8 de fevereiro de 1921) foi um escritor russo
Biografia:
Seu pai, príncipe de Smolensk, Alexei Petrovich Kropotkin, afirmava pertencer a antiga casa real de Rurik que governara Moscou antes dos Romanov. Sua mãe, Yekaterina Nikolaevna Sulima, filha de um general do exército russo, tinha dotes artísticos (gostava de ler, escrever e pintar) e inclinações pelos ideais liberais.
Na infância, época em que viveu numa casa de campo em Kaluga, teve contato com leituras de Pushkin, Nekrasov, Chernyshevsky (jornalista radical), tudo graças a tutores que cuidaram de sua educação nesta época.
Com quinze anos foi matriculado no Corpo de Pagens, a mais exclusiva escola militar da Rússia czarista, por ordens do próprio Nicolau I, onde eram educados somente 150 garotos na sua maioria filhos da realeza palaciana. Nesta época, entre 1857 e 1861 Kropotkin viu florescer uma atividade intelectual forte em seu país e passou a receber influências da nova literatura liberal revolucionária. Demonstrou grande interesse pelos enciclopedistas franceses assim como pela história deste povo. Com o passar dos anos também dirigiu sua atenção às condições do campesinato russo.
Em 1862 foi promovido para o exército. Como membro do corpo de pagens tinha possibilidades de escolher o regimento em que gostaria de servir, tendo optado pelo dos Cossacos Siberianos no recém conquistado distrito de Amur. Lá tinha perspectivas de conseguir um cargo administrativo. Sua condição de Sargento da Corporação implicava em, por um ano, ter sido pagem pessoal do então czar, Alexandre II.
Na Sibéria fez vistorias aos cárceres e à situação dos condenados daquela divisa. As condições deploráveis e o descaso das autoridades impressionavam-no.
Sua reputação como geógrafo se deu em grande parte pelas viagens que realizou nesta época pelo oriente siberiano onde percorreu cerca de 50 mil milhas a fim de explorar um terreno ainda muito virgem. Fez observações e desenvolveu teorias sobre as estruturas das cadeias montanhosas e platôs da Ásia Oriental. Contribuiu também para o conhecimento da história da Terra.
Anarquismo comunista:
Kropotkin foi um dos principais anarquistas da Rússia e um dos defensores do que ele mesmo chamava de "comunismo libertário".
A base de tal concepção encontra-se na idéia de que o critério para o consumo (tanto de bens quanto de serviços) dos indivíduos não seja o trabalho, mas a necessidade. Kropotkin advogava assim um sistema de distribuição livre da produção, conceito este que está ligado ao raciocínio de que não é possível medir a contribuição isolada de um indivíduo na produção social, e que, portanto, uma vez realizada, toda ela deva ser desfrutada socialmente.
Kropotkin vê, socialista que é, a coletivização dos meios de produção como o objetivo da transformação social, mas, diferentemente de alguns, infere que a este fenômeno seguiriam como consequência inevitável a distribuição livre e a extinção de qualquer sistema de salários.
Numa tal sociedade a produção seria orientada para o consumo e não para o lucro. E Kropotkin vai além em suas considerações sobre esta outra forma de sociabilidade ao vislumbrar uma ciência dedicada a descobrir meios para conciliar e satisfazer as necessidades de todos.
Ao problema que se levanta quando se pensa a distribuição livre, Kropotkin não vê aí uma abertura para a instauração de um governo revolucionário, pelo contrário, diz ser a cooperação voluntária o substituto tanto para a propriedade privada quanto para a desigualdade, categorias nas quais se fundamentam o Estado. Neste sentido, Kropotkin defende um sistema de administração pública fundada na idéia de comuna não apenas enquanto unidade administrativa mais próxima do povo e de suas preocupações imediatas, mas também enquanto associação voluntária que reúne os interesses sociais representados por grupos de indivíduos diretamente ligado a eles.
A união destas comunas produziria uma rede de cooperações que substituiria o Estado.
Por causa de seu título e sua proeminência como um anarquista no final do século XIX e começo do XX, ele foi conhecido por alguns como "o Príncipe Anarquista", título que refutou durante toda sua vida.
O Príncipe Anarquista, transformou suas terras em comuna agricula, materializando o Comunismo Libertário no Rússia.
O Geografia e o Anarquismo:
Kropotkin é o primeiro a desenvolver uma geografia de militância anarquista, com compromisso de transformação social, buscou casar o Anarquismo com a Geografia e transformala em um método e ciência, duramente criticado por ouros Anarquistas por isto.
O Anarquismo federalista de Kropotkin é o desdobramento da organização anarquista e do apoio mútuo em uma geografia mais ampla, prevê a formação de redes de relações de produção, consumo entre outras, gerida pelas comuna dos trabalhadores.
É de importancia para este tema citar: Élisée Reclus
Jean Jacques Elisée Reclus (Sainte-Foy-la-Grande, 15 de março de 1830 — Thorout, 4 de julho de 1905) foi um geógrafo francês, militante anarquista obrigado a deixar a seu país em 1851 por conta de seus ideais. Em exílio, seguiu para Berlim onde teve aulas com karl Ritter, esteve também na América, inclusive no Brasil.
No dia 4 de Julho de 1905 desaparecia Elisée Reclus (1830-1905), teórico da anarquismo e criador da moderna geografia, autor de uma obra colossal que lhe rendeu prestígio e notoriedade internacional. Reclus deu uma grande importância aos movimentos geopolíticos e geoestratégicos. Uma das originalidades de Reclus é a sua capacidade de saber equacionar criticamente as estratégias imperialistas desmascarando os discursos que normalmente as veiculam. A conhecida revista científica Hérodote, especializada em geografia e geopolítica, consagrou o seu número de Verão (Julho/Agosto/Setembro de
2005) à obra e vida de Elysée Reclus.
"A anarquia é a mais alta expressão da ordem. Para que o socialismo chegue à sua completa expressão é preciso que salvaguarde ao mesmo tempo os direitos do indivíduo e os direitos coletivos. O homem não é um acidente, mas sim um ser livre, necessário e ativo que se une com os seus semelhantes mas que não se confunde com eles"
(E. Reclus, Manuscritos de Montauban)
"Liberdade sem socialismo é privilégio e injustiça; socialismo sem liberdade é escravatura e brutalidade."
Miguel Bakunin
Obras de Élisée Reclus:
* La Terre, description des phénomènes de la vie du globe, 2 volumes, 1857
* Géographie universelle, 1875-1894
* L'Afrique australe, em colaboração com seu irmão, Onésime (Orthez 1837 - Paris 1916), 1901
* L'empire du milieu, id., 1902
* L'home et la terre, 1905-1908
* A Evolução, a Revolução e o Ideal Anarquista
Cronologia de vida:
Kropotkin na Suécia em 1917
* 1842 – Nasceu em Moscou, Rússia, em 9 de dezembro.
* 1857 – Entrou para o "Corps of Pages", onde começou a desenvolver uma reputação de rebelde.
* 1858 – Seus primeiros escritos mostraram interesses em economia política e estatística; iniciou os primeiros contatos com camponeses "de verdade".
* 1861 – Foi para a prisão pela primeira vez como resultado por participar de um protesto estudantil.
* 1862 – Tornou-se desiludido com a realeza quando, como page de chambre para o tsar, testemunhou as extravagâncias da vida na corte.
* 1862-1867 – Por pedido próprio, serviu como militar na Sibéria. Testemunhou as condições de vida lá, e a falta de vontade da administração corrupta para fazer qualquer coisa a fim de melhorá-las.
* 1868-1870 – Buscou conhecimento sobre agrimensura e geografia.
* 1871 – Tornou-se interessado no movimento trabalhista e em acontecimentos acerca da Comuna de Paris.
* 1872 – Viajou para a Suíça, onde entrou para a Internacional Socialista; voltou para a Rússia com vários escritos Socialistas proibidos.
* 1873 – Como membro do Círculo de Tchaikovsky, ajudou reescrevendo panfletos de uma forma que pudesse ser lida pelos com menos educação; ele mostrou grande habilidade para se comunicar com os trabalhadores.
* 1874 – Foi preso na Fortaleza de Pedro e Paulo por causa de suas atividades revolucionárias. Com a intervenção da Sociedade Geográfica, ele ganhou dispensa especial para trabalhar num jornal.
* 1876 – Fugiu do hospital militar e se mudou para a Inglaterra.
Kropotkin em seu leito de morte
* 1877 – Retornou à Suíça para trabalhar com a Federação Jura. Foi ao último encontro da Internacional Socialista em Gante.
* 1881 – Foi à Internacional Anarquista em Londres. Deu suporte ao assassinato do Czar Alexandre II, com base no fato de que uma explosão é bem mais efetiva do que um voto para encorajar os trabalhadores à revolução. Isso o expulsou da Suíça. O governo Russo ficou constrangido quando ele descobriu um plano para assassiná-lo em Londres.
* 1882 – Logo depois de se mudar para a França, foi preso por seu trabalho na Primeira Internacional Socialista e sentenciado a cinco anos na prisão. Ele ficou lá até 1886, quando foi solto sob a condição de que deixasse a França.
* 1886 – Voltou à Inglaterra. Descobriu que seu Irmão Alexander havia cometido suicídio no exílio por atividades políticas na Sibéria.
O funeral de Kropotkin
* 1890-1900 – Passou a maior parte de seu tempo escrevendo. Visitou o Canadá e os Estados Unidos em 1897. O Atlantic Monthly concordou em publicar suas memórias. Nos seus livros, ele tentou desenvolver uma visão de sociedade Anarco-comunista.
* 1901-1909 – Escreveu materiais em russo para leitores de sua terra natal. Ficou muito desapontado com o fracasso da Revolução de 1905.
* 1909-1914 – Voltou à Suíça sob a condição de refrear suas atividades anarquistas. Tentou tornar de conhecimento público o massacre de 270 trabalhadores nas Minas de Lena, mas sua atividade foi cortada por causa da Primeira Guerra Mundial. Então, ele se mudou para o Reino Unido, onde passou algum tempo em Brighton.
* 1914-1917 – Deu suporte ativo à guerra contra a Alemanha como uma guerra contra o Estado. Essa posição, estranha e questionável para um anarquista, fez com que muitos companheiros se afastassem dele, em particular Errico Malatesta.
* 1917 – Voltou a São Petersburgo, onde ajudou o governo de Kerensky a formular políticas. Parou suas atividades quando os Bolcheviques tomaram o poder.
* 1921 – Seu funeral no Cemitério de Novodevichy, com a aprovação de Lenin, tornou-se a última grande reunião de anarquistas na Rússia.
Obras:
Kropotkin deixou muitos livros, panfletos e artigos. Os mais conhecidos trabalhos foram:
* A Conquista do Pão
* Campos, Fábricas e Oficinas
* Mutualismo: Um Fator de Evolução, sobre o apoio mútuo na natureza e nas sociedades humanas
* Encyclopædia Britannica de 1911, como contribuidor.
* Em Torno de uma Vida ou Memórias de um Revolucionário, autobiografia
* Humanismo Libertário e a Ciência Moderna, editado no Brasil pela Mundo Livre, o título – O Anarquismo e a Ciência Moderna – foi alterado para ludibriar a ditadura militar.
* As prisões, analisa os sistemas prisionais existentes em diversos países.
* A Anarquia: sua filosofia, seu ideal
* O Estado e seu papel histórico
Referências bibliográficas:
* WOODCOCK, G. História das idéias e movimentos Anarquistas. Porto Alegre: Ed. L&PM Pocket, 2002.
* KROPOTKIN, P. A Anarquia: sua filosofia, seu ideal. Coleção Escritos Anarquistas. São paulo Ed. Imaginário, 2001.
* KROPOTKIN, P. O Estado e seu papel histórico. Coleção Escritos Anarquistas. São paulo Ed. Imaginário, 2000.
* Wikipedia - fonte deste texto.
* adapitação: Eduardo Preto
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Os Símbolos do Anarquismo
Por Piratas da Anarquia Rock
de Sant'ED.
de Sant'ED.
Os pensadores como símbolo matriz
O Anarquismo tem sua máxima e seu nascimento com Pierre Joseph Proudhon, um operário e deputado de esquerda na França que cansado de acreditar no parlamento opta em abandonar o parlamento pela luta junto aos movimentos sociais de sua época, dando inicio a uma esquerda libertaria que faria sua luta fora da esfera do Estado Burguês.
Proudhon é o primeiro na historia a se declarar Anarquista e a escrever sobre este tema, protagonista do federalismo Anarquista e das idéias que em momento posterior ficariam conhecidas por auto-gestão sócio-econômica e que na atualidade recebe o nome de cooperativismo ou economia solidária, influenciou não só com suas idéias mas com uma pratica política libertaria de fazer e promover o movimento social fora da esfera do estado, negando a luta parlamentar, da inicio a um conjunto de adesões políticas a seu nome conhecidos como proudhonianos, que seriam um dos grupos socialistas mais influentes na 1º internacional dos trabalhadores.
Mikhail Aleksandrovitch Bakunin um Socialista Libertário conhece Proudhon já no fim de sua vida, mas a partir deste encontro, Bakunin passa a se declarar também um Anarquista, apaixonado pelos ideais de liberdade de Proudhon, este Russo se identifica com este Francês e a partir dai o Anarquismo ganha uma nova força política.
Bakuninistas e Proudhonianos somam suas forças na 1º internacional, caracterizando uma das principais correntes socialistas da historia que levaria o nome de Anarquismo.
Nasce uma nova experiência ao anarquismo com Bakunin, que traz a este uma formula operativa de organização política especifica que se tornaria o método do partido revolucionário ou da organização especifica dos Anarquistas, para somar forças no movimento social dos trabalhadores da época.
Esta atuação social vai ser a protagonista de diversos sindicatos livres de orientação revolucionaria ou do sindicalismo revolucionário da 1º internacional ou da AIT (Associação Internacional dos Trabalhadores) como ficou conhecida.
Outros grupos Anarquistas com esta mesma orientação nascem a partir dai em todo o mundo e cabe ressaltar os malatestianos, que defendiam a idéias de Errico Malatesta, Italiano e militante sindicalista, precursor também do chamado partido Anarquista.
Errico Malatesta participa da criação de sindicatos em toda Europa e também nas Américas e participa junto com Emma Goldman da 3º Internacional como oposição aos socialistas autoritários.
Na Rússia nasce o Comunismo Libertário através de Pierre Alekseïevitch Kropotkine com as comunas agrárias e o plataformismo de Nestor Makhno.
A plataforma nasceu das experiências dos anarquistas russos durante a Revolução de Outubro de 1917, analisando que esta conduziu finalmente à ditadura do partido bolchevique ao invés da autogestão de trabalhadores e camponeses. A plataforma tem como intenção explicar e solucionar as falhas do movimento anarquista durante a Revolução Russa.
A plataforma vem trazendo uma debate em torno da experiência das comunas na Ucrânia e de um Anarquismo de Guerra ao Anarquismo.
Ampliando o debate do nível de segurança ao Anarquismo, e é justamente neste debate que faz da FAI (Federação Anarquista Ibérica) e da coluna Buenaventura Durruti, a protagonista do Povo em Armas na Revolução Espanhola e da derrota desta pelas hordas do Exercito Fascista.
No mundo inteiro as tendências libertárias se alastram e na América Latina não foi diferente, tendo em fim desdobramentos e experiências com estes contornos.
Na França nasce a busca da unidade entre os diversos e diferentes grupos Anarquistas, protagonizado uma 1º experiência de organização especifica de Anarquistas em uma Federação de grupos, que hoje se conhece como Federação Sintetista, protagonizada pelo anarquista Sebástien Faure que escreve em apelo pela busca da unidade entre os Anarquistas.
Enquanto na Alemanha começa a nascer os primeiros grupos que norteariam os princípios dos grupos Autonomistas.
O "A" no circulo, como 1º símbolo
O Anarquismo não tinha um símbolo em seu inicio, mas nos Congressos dos trabalhadores começa a aparecer o símbolo do esquadro e compasso da Maçonaria que aparentava um "A" dentro de um circulo.
Uns dizem que foi dai que surgia o 1º símbolo do Anarquismo, outros dizem que o circulo é a política de organização que nega o triângulo que simboliza o Estado, por isto este circulo tem um corte na diagonal que representa esta negação do Estado se aparentando com um "A" no circulo, pelo traçado que corta o triângulo se tornando o "A" da Anarquia ou Anarquismo.
Historia vai e historia se faz, estória vem e em Maio de 1968 na França em um Congresso Anarquista é retomado o "A" no circulo, referendado em Congresso para unificar a política de pichações políticas nos muros das ruas de Paris.
Posteriormente ficou conhecido como a turma da Geografia Anarquista, pois o circulo simbolizou o mundo sem fronteiras.
O Punho Esquerdo Erguido
O punho esquerdo erguido já vem de um longo período na luta de classes, das assembleias nos movimentos sociais.
No MST se estranha todos que sem saber levantam o punho direito numa assembléia ou entonação do Hino e musicas do movimento.
O punho esquerdo é o símbolo do campo dos interesses da classe explorada e oprimida em luta contra os inimigos de classe.
Na Historia foi o símbolo dos movimentos sociais dos povos negros nos Estados Unidos da América como os Panteras Negras.
O punho erguido é o símbolo das Resistências Populares dos Movimentos Sociais em luta contra os interesses da classe burguesa e do Estado que se colocam contra e na ofensiva as Resistências Populares.
É o símbolo contra os interesses da direita reacionária defensora dos privilegiados, da exploração de classe e inimiga declarada da liberdade.
O punho esquerdo erguido é o resumo das idéias do "campo político" que nos situamos como Anarquistas no processo de acumulo de forças político sociais.
Cabe ressaltar que existe um conjunto de códigos organicistas representados pelo corpo entre eles braços e mãos que fazem parte da "Faculdade Anarquista".
As Bandeiras como unidade de lutas simbólicas
A Bandeira Negra
A Bandeira negra, na historia contada remete as primeiras Fraternidades em especial e mais conhecida a dos Piratas e se torna símbolo da Revolução Social.
Os piratas adotavam códigos de Ética rígidos e internos em suas Fraternidades.
Todo saque era compartilhado e divido entre a tripulação.
Nas Fraternidades Piratas as decisões eram tomadas em assembleias e cada homem simbolizava um voto.
A tripulação era formada por voluntários em busca de novas experiências e aventuras.
O papel do capitão era de conduzir o corsário e traçar a rota marítima.
A bandeira Negra começa a ser usada na Europa nos movimentos sociais a partir da Revolução Francesa e se torna símbolo da Revolução Social.
A partir dai os Anarquistas usam a bandeira negra como símbolo de sua identidade de grupo revolucionário.
A cor negra da bandeira é a cor da Morte aos opressores e exploradores, e luto por todos que tombaram lutando por liberdade a negação das bandeiras nacionais.
A Bandeira Negra na historia Anarquista
Mas a bandeira negra Anarquista se originou muito antes disso. O primeiro caso de fato é desconhecido. Parece que este credito é reservado a Louise Michel, famoso participante na Comuna de Paris de 1871. De acordo com o historiador Anarquista George Wood Cock, Michel ergueu a bandeira negra em 9 de Março, 1883, durante uma passeata de desempregados em Paris, na França. A passeata contava com 500 pessoas e Michel como líder, gritando: "Pão, trabalho ou comando!", eles roubaram três padarias antes da policia vir intervir. Nenhum aparecimento mais antigo pode ser encontrado da bandeira negra.
Não muito depois do símbolo negro ter chegado à América. Paul Avrich reportou que em 27 de Novembro de 1884, a bandeira negra foi erguida em Chicago, durante uma passeata Anarquista. De acordo com Avrich, Espiões de Agosto, um dos famosos mártires de Haymarket, "notou que essa foi a primeira vez em que [a bandeira negra] foi erguida em solo Americano" (Avrich, The Haymarket Tragedy, 144-145).
A Bandeira Vermelha
A Bandeira Vermelha vem sendo usada a muito tempo nos movimentos sociais, se tornando símbolo da Luta de Classes, protagonizada por estes movimentos, se tornou símbolo do sindicalismo e dos movimentos sociais em especial os norteados pelos princípios de igualdade das idéias Socialistas e Libertárias.
Também foi usada nas cruzadas e por impérios na Historia e atualmente também é usada por partidos políticos de orientação socialista.
Mas sua essência é a representação da luta de classes dos movimentos sociais que pretende a revolução socialista independente da orientação dos grupos ideológicos internos na luta que também a protagonizam.
A cor da bandeira vermelha nos remete ao sangue ou a cor de sangue, que simboliza a luta social do corpo revolucionário ou seja a vertente classista da luta social.
A Bandeira Vermelho e Negra
A Bandeira "Vermelho e Negra" nasce com a atuação dos Anarquistas nos movimentos sociais dos trabalhadores, surge da união entre a bandeira vermelha da luta social e dos ideais socialistas, com a bandeira negra da revolução libertária.
Seu significado é o resumo dos objetivos da revolução social socialista libertária, entre a união do Anarquismo com o movimento social e ou sindicalismo.
Foi adotada pela 1º Internacional ou AIT (Associação Internacional dos Trabalhadores) e continuou sendo adotada no mundo todo pelo Anarquismo Social e pelas organizações especificas de Anarquistas.
As organizações especifistas usam a bandeira vermelho e negra na horizontal, como símbolo das políticas horizontais de organização social e alguns na diagonal, sendo muitas vezes a cor negra acima e a vermelha abaixo, mas não é uma regra simbólica adotada por estas federações especifistas.
O Anarquismo Social em especial o chamado Anarco-sindicalismo, usa a bandeira vermelho e negra somente com o corte na diagonal de 45 graus com o negro abaixo e o vermelho acima.
Uma das referencias do corte social que simboliza a ascensão de classe, para com os fins dos privilégios de classe, na busca da igualdade sócio-econômica e política, a bandeira vermelho e negra do Anarquismo social simboliza que a política nasce de baixo para cima e do lado esquerdo da luta e avança com a cor negra contra o lado direito da classe dos privilegiados, opressores e exploradores.
O Plataformismo usa a bandeira negra da revolução social usada historicamente pelo Exercito Insurgente Macknovista da Ucrânia, bem como no México os Zapatistas ou EZLN adota a bandeira negra.
O Sintetismo usa a bandeira vermelho e negra na diagonal, na maioria das vezes com o "A" no circulo, mas a atual FAI (Federação Anarquista Ibérica) é uma exceção, pois outrora usava a bandeira vermelho e negra especifista na horizontal, mas que adota hoje em sua constituição o sintetismo como organização.
Os Autonomistas como se dividem em vários grupos de matrizes ideológicas diferentes, não tem hoje uma bandeira que unifique a política simbólica de sua forma de pensar e se organizar, porem são um grupo de influencia do anarquismo insurrecional.
Os Anarquistas que aplicaram a bandeira vermelha e negra nos movimentos sociais pertenciam a um grupo maçom ligado ao King Edward na Inglaterra.
Os cortes diagonais, horizontais, verticais faziam parte da politica de descrição dos "níveis anarquistas de organização" enquanto "ESTADO ANARQUISTA".
O corte vertical era referente ao o setor jurídico do estado anarquista e se as cores vermelho e negro tivessem invertidas na direita ou na esquerda tinha "sentido politico secreto" diferente para os maçons anarquistas.
O corte horizontal era a politica social dos iguais, a politica da base da piramide ou da lei dos iguais da tabola redonda, inspirados no "amanhecer e no por do sol", e por isto na bandeira o vermelho sempre vinha na parte superior e o negro na parte inferior da bandeira social.
O corte diagonal era da bandeira ideológica da ascensão econômica e de classe que nasceria na "nova era", e tem sentidos diferentes se for para a direita e sentido diferente se for para a esquerda, porem a base era o Europocentrismo (Europa como centro do mundo), e o Meridiano de Greenwich o segredo da "Magia e Encantamento da Torre do Relógio", porem existe segredos de interpretação pertencentes somente aos iniciados na "Maçonaria Anarquista".
Bem como a Bandeira Lisa Negra, era aplicada aos grupos de ação direta, auto defesa e exercício insurrecional, que agiam na Frente de Combate nas ruas como Exercito de confronto de rua
A Bandeira Lisa Vermelha, era aplicada ao uso das tendencias Socialistas não Anarquistas que se alinhavam com a luta de classes como principio libertador.
A Estrela Internacionalista
A Estrela é um símbolo muito antigo que representa o humano em advento da sua criação astral.
Símbolo que transcende o espaço conhecido como território, terra ou planeta, indica a aspiração pela internacionalização e união do homem, da classe sobre os interesses das fronteiras políticas e geográficas.
Usada por grupos diferentes na sociedade, o pentagrama recebeu até significados ocultos e foi perseguido como símbolo pagão, pelos reacionários e nacionalistas.
Entre Anarquistas a quem use a estrela negra símbolo da Internacional Anarquista e quem use a estrela vermelho e negra do Anarquismo Social internacionalista.
Os grupos Esperantistas de inspiração libertária adotam a estrela verde, símbolo e cor da esperança internacional em uma forma de comunicação linguística sem fronteiras.
A Estrela da Comuna das Artes, Comunart
Nos Piratas da Anarquia Rock de Sant'ED, compreendemos que quando mais o Anarquista avançar na Luta Libertaria, sera portador de cada dia mais de códigos Anarquistas, a "Estrela da Comuna de Artes" ou "Comunart" é uma condecoração dada ao grupo Anarquista que conseguiu agir em todas as Frentes, Setores, Seguimentos e Agrupações de tendencias possíveis a levar o processo revolucionário Anarquista a frente de combate na Luta Direta do Povo.
A Estrela Vermelha e Negra Comunart, fraciona em cada ponta de seu pentagrama a união de vermelhos e negros, que geraram o atual pensamento popular do que se chamou Classe Trabalhadora, que em primeiro momento com os vermelhos se uniu aos médicos nos hospitais e com os negros se uniu a classe produtora em amplos setores.
A Política de comunicações
No Anarquismo se encontra uma ampla manifestação de política de comunicações e imagens, mas em todas elas é nítido o caráter de contestação, indignação, apologia a desobediência civil e ou heresias.
Desde desenhos do século passado com traços mais humanísticos ao surrealismo, cubismo, futurismo, psicodelismo classistas e de contra cultura.
A diversidade anarquista nas comunicações vista desde publicações e pinturas, é de grande apreciação de criatividade, sempre contestando o Autoritarismo, o Estado, a Igreja, o Patriarcado, a exploração e opressão.
Comportamento como código simbólico de classe e grupo político ideológico
No Anarquismo existe em maior ou menor grau regras de conduta e comportamento, como em toda protomutação social que queira romper com a atual cultura de dominação.
Era muito comum ouvir dos comunistas libertários a regra de comportamento:
- Ser, Estar e Viver Anarquista !
Ou do amplo perfil de jovens e vegetarianos, nas organizações Anarquistas de ontem e de hoje, mostrando o quanto é atual o comportamento como código simbólico de classe e grupo político ideológico no Anarquismo.
Ou Entre os povos do mundo a cultura de ouvir e dar conselhos.
Jaime Cubeiro, um companheiro que comentava sobre a cultura dos conselhos e da historia destes como organização social e horizontal dizia:
- Há historia social dos conselhos populares, é herança importante para os anarquistas, cabe ao anarquista se valer da cultura dos conselhos.
O companheiro Antônio Martinez sempre nos dava conselhos, e de uma forma e linguagem muito especial a explicação e desenvolvimento das idéias:
- Nossa casa é uma casa de trabalhadores, onde as pessoas se reconhecem como tais. Nossa casa não é um bordel que desrespeita todas as relações humanas. Não aceitamos que o Anarquismo seja transformado em um prostíbulo de idéias alheia aos trabalhadores.
Para se valer em transformar a cultura de dominação, o companheiro que luta por libertação social, tem que se fazer um agente da historia, casar a historia com o filme social, dando as pessoas as condições destas serem as protagonistas de suas próprias vidas na sociedade, rompendo com as cordinhas e alfinetadas, construindo o seu personagem na sociedade, materializando sua historia no espaço, para que também sirva como um espelho a todos aqueles que sem referencias ou sem saber caminhar buscam identidade.
Este comportamento leva os anarquistas a buscarem as referencias históricas na ação de companheiros que conseguiram, ousarão e lutaram, protagonizando as vitórias e idéias de transformação, como Prodhon, Bakunin, Kropotikin, Malatesta, Mackno, Durruti, Leuenroth entre tantos outros companheiros Anarquistas.
Ouvir e dar conselhos, simboliza também estudar e socializar conhecimento e livros aos demais companheiros como fazia Antônio Martinez.
Este comportamento é como um código simbólico que simboliza o anarquismo como membros de uma classe oriunda e como grupo político ideológico que aprendeu a aconselhar e saber caminhar contra as chibatas, sabendo onde fazer, e o que fazer para mudar a situação de dominação que sua classe vivenciara.
Unidade simbólica de grupo político uniformizado nas manifestações mundiais.
A Roupa Preta
A Roupa Negra como uniforme Anarquista é a mais usada mundialmente por grupos de Anarquistas nas manifestações politicas e como comportamento de identidade ideológica internacional da insurreição do exército de "Edward Barba Negra".
O mesmo uniforme toma formatos diferentes em cada época de tempo onde os Anarquistas se encontram inseridos como grupo especifico ideológico, desde roupas e vestes de mestres magos até hoje com as calças djins de algodão preto com uso de capuz cobrindo o rosto perante o grande Big Brother.
Os grupos de Anarquistas mais combativos visto nas manifestações envolvidos em grandes conflitos qualificados como de Guerrilhas Urbanas aderiram a este uniforme como identidade de grupo revolucionário especifico Anarquista.
A Roupa Vermelha e Negra
O Uniforme Vermelho e Negro são vistos sendo usado por grupos específicos de Anarquista empreendedores, com comportamentos empresariais ao estilo do antigo e modernizado "Movimento Beatnik" dos anos 1960, hera e moda pôs Movimento Hippie
Este uniforme é usado com uma causa Preta, mais uma blusa de manga comprida branca e um casaco vermelho, muitas vezes vistos só entre mulheres, pois os homens ainda são minoria entre os Anarquistas empresariais, promotores do autonomismo Econômico.
Muitos que usam deste Uniforme Anarquista são membros da Liga Mundial de Católicos de Sant'Ana ou chamados de Católicos Anarquistas a qual promovem empresas autônomas interligadas em sistema de ajuda mutua econômica, onde um é o fornecedor do outro ou representante local de grupo Anarquista organizado em nível econômico.
O Papel das Juventudes Anarquistas na metamorfose do Anarquismo Mundial
As Juventudes Libertarias
A Juventude sempre contribuiu com o anarquismo com sua essência de criatividade libertadora, sempre inovando e transformando o anarquismo em uma casa rica jogada em meio ao limbo do capital.
Esta essência de transformação portadora da juventude fez fileiras ontem e hoje de exércitos de insurgentes no front das ruas contra o capital.
Sempre inovando a juventude sempre teve a um passo a frente de seus antecessores revolucionarios, sempre com pautas novas em um conflito ou em uma admiração de gerações.
Enquanto os velhos sentavam de forma autoritária a frente na mesa e os ouvintes olhando de forma passiva suas palestras, os jovens organizavam-se em círculos onde todos tinham voz, como na Tabola Redonda do REI Arthur, deixando qualquer vicio ou resíduo do autoritarismo para longe da forma anarquista de organização e confraternização.
Os Punks Anarquistas e Anarco Punks
A Era Punk e pôs Punk marcou muitos grupos Anarquistas organizados em nivel cultural de identidade e comportamento. Visto por seu " Cristianismo Revolucionario " de caráter militante e combativo em manifestações publicas, deixou sua marca de moicanos cantando a Selva de Pedra 03 vesez como disse Jessus Cristo a Pedro.
Em um cenário do Jardim do Éden que virou de SEM TERRAS, ao CRISTO REI e plebeu pregado no dia a dia do trabalho e na Luta de Classes, e por um fim apocalíptico estilo Mad Max, Taxi Drive, Gangues de Nova Yorque ... Os Punks Anarquistas tomaram o cenário como novos atores do Anarquismo Cultural de militância em estilos de muitos jogos de palavras pixadas nos muros ou editadas em fanzines Anarquistas e punks em todo o mundo da aliança dos filhos dos campos e das cidades, apoiando uma nova identidade que resgataste a origem indígena mundial como dos índios apaches, dos índios moicanos, dos ianomâmis, dos guaranis, dos caiapós, dos maias, das tribos celtas, das tribos europeias e asiáticas ... como Luta Anti Racista Mundial.
O Anarquismo EMO
O Anarquismo EMO é um setor da juventude que fez do cinema e da cultura pop, uma cultura de comunicação rica em conhecimento e diversidade cultural, com personagens, artistas, atores, pintores, grafiteiros, modelos, moda, arte, musica, games, tribos urbanas ... uma referencia de sua geração.
Porem o que difere os anarquistas emos dos outros anarquistas é esta sua diversidade cultural e o que difere os anarquistas emos dos outros emos é o fator deste serem anarquistas.
No anarquismo, os anarquistas emos dizem; - nos temos um REI que é anarquista ! somos sim anarco monarquistas ! Enquanto os anarquistas mais velhos pregavam contra a monarquia.
A figura do REI Edward na versam cinema como; Edward Mãos de Tesouras é retratada como simbolo do comportamento emo da diversidade de cortes de cabelos, tatuagens, moda, televisam maçonaria, tropico de câncer ...
Os Punks chamam o anarquismo emo, de anarquismo de play boy, de riquinhos e mimados Élvis do romantismo moderno.
Outros Símbolos Anarquistas
O "V" de Vingança é o simbolo da unidade do PAI ou Partido Anarquista Internacional, atualmente é usado pelo grupo Anonymous que busca uma unidade ampla e não uma forma centralizada de Partido Anarquista como insurgência das ruas.
O Movimento Anarquista da Educação ou MAE, usa como unidade simbólica o lenço vermelho e negro no pescoço ou muitas vezes cobrindo os rostos dos seus militantes.
As Juventudes Anarquistas usam como unidades uma diversidades de camisetas, botons, adesivos, estilos de roupa e cabelos entre outros símbolos e maneiras de dizer que são um grupo social organizado, mostrando também sua diversidade e riqueza cultural feita na pluralidade de grupos diferentes.
* Texto escrito por Eduardo Preto militante e Secretario Geral do núcleo 1º de Maio fundador da FASP.
Assinar:
Postagens (Atom)