Bandeira Vermelha e Negra da FASP

Bandeira Vermelha e Negra da FASP
Bandeira da Federação Anarquista de São Paulo

A Confederação

" Quando a Confederação chegar nenhum muro, casa, apartamento, Status Cow, propriedades, radicais e trabalhos vão separar você de você que sera o carrasco e a vitima de você mesmo.
Por tanto se amem e sejam felizes, pois os bons frutos seram multiplicados e os maus frutos serão punidos em meu jardim.
Estou cansado de ganhar almas de Ingratos que ganharam tudo isto aqui e me prodizem maus frutos no paraizo. "

The Proibid

A Coluna Anarquista Organicista

A Federação Anarquista é a Espinha Dorsal do Anarquismo

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA ANARQUISTA Federação Anarquista Uruguaia (FAU)


A FAU pretende ser uma expressão política dos interesses das classes dominadas, exploradas e oprimidas; e, colocando-se a serviço delas, aspira ser um motor das lutas sociais. Um motor que nem as substitui e nem as representa. Mas que pretende dinamizá-las e organizá-las, contribuir para a superação do aspecto meramente espontâneo, transcender os vaivéns da conjuntura e assegurar a continuidade das rebeldias, das lutas cotidianas, das expectativas, aspirações, etc.

Para nós, a organização política é também o âmbito em que se vai acumulando a experiência de luta popular, tanto em nível nacional como internacional. Uma instância que impede que se dilua o saber que os explorados e os oprimidos vão adquirindo com o tempo.


ORGANIZAÇÃO POLÍTICA

A organização política atua ainda como local de produção das análises conjunturais e das orientações fundamentais pertinentes. Por isso, é a organização política a instância adequada para assumir os distintos e complexos níveis de atividade, que o trabalho revolucionário pode exigir, a única instância capaz de assegurar o conjunto de recursos técnicos, materiais, políticos e teóricos, etc. que são condição indispensável de uma estratégia de ruptura.

Nossa visão da organização política é contrária às distintas formas de “vanguardismo”, de “guardiões da consciência”, enfim, de grupos auto-eleitos, que se sentem tocados pelo dedo de Deus. A organização, mantendo e promovendo o espírito de revolta, assume como próprias todas as exigências presentes e futuras de um processo revolucionário. E a partir do trabalho militante organizado, e somente a partir dele, que se pode promover coerentemente e com força redobrada a criação, o fortalecimento e a consolidação das organizações populares de base, que constituem os núcleos do poder popular revolucionário. A organização política não é uma coisa acabada, e está sujeita às influências diversas que vão exigindo adequações. Também é uma instância especial de aprendizagem em relação às lutas sociais com as quais se articula. E finalmente, no estrito âmbito da ação política (e não desconhecemos a existência de outros, mas reivindicamos o político como um âmbito separado) a FAU aspira ser a ferramenta para tornar realidade nossos princípios libertários.


NÍVEL POLÍTICO E NÍVEL SOCIAL


O problema do poder, decisivo em uma transformação social profunda, só pode ser resolvido a nível político, através da luta política. E esta requer uma forma específica de organização: a organização política revolucionária. Só através de sua ação, enraizada nas massas, pode conseguir a destruição do aparato estatal burguês e sua substituição por mecanismos de poder popular.

A atividade política não pode ser reduzida à luta econômica, à prática sindical, ainda que esta possa conter, como efetivamente contém, elementos “políticos”. (...) Mas esta luta econômica não produz espontaneamente a luta contra o poder político como tal. (...) Por isso, o espontaneísmo, as mobilizações espontâneas de massas, reflexo de um acúmulo de problemas sem solução que logo “estouram”, se não forem canalizados e instrumentalizados adequadamente, dificilmente transcendem ao plano político em termos de modificar as relações de poder.

A destruição do poder [burguês...] supõe a criação de uma outra ordem social, a qual exige a adoção de um outro “modelo” de organização (que implica uma ideologia) e, além disso, uma inevitável luta que implica meios técnicos, que o movimento de massas, por si, espontaneamente não pode desenvolver com êxito. Este é, em nossa época, o ensino a extrair dos grandes movimentos espontâneos de massa.

Não é possível uma insurreição, nem um processo de luta prolongada de costas ou distantes das massas. A predisposição espontânea dessas, que é função da organização política canalizar em termos de organização e desenvolver ideologicamente, tem sempre um papel absolutamente principal. Não se pode realizar uma revolução à margem ou apesar da gente. E menos construir um novo sistema social sem a adesão inicial pelo menos de um setor bastante amplo do povo.


LUTA POLÍTICA E IDEOLÓGICA

Daí a necessidade de uma atividade ideológica de esclarecimento (e de dispor dos elementos necessários a ela) que não é contraditória, mas complementar a outros níveis de luta (econômico, militar, etc.). Por atividade ideológica não entendemos, obviamente, a pregação intelectual, “educacionista”, que se remete mais ou menos exclusivamente à difusão de “teoria” revolucionária, ainda que, esclareçamos, esta também possui sua importância. Atividade ideológica é algo mais que a mera difusão de conhecimentos teóricos. Os fatos, a própria prática política, são ingredientes, elementos decisivos da integração de um nível de consciência revolucionária.

Um resultado ideológico essencial firma-se em demonstrar diante do povo uma perspectiva de vitória, um caminho de esperança, de confiança na possibilidade de uma transformação profunda, revolucionária. (...) E esta função “demonstrativa” (...) é função de uma minoria politicamente organizada, com um nível ideológico, de consciência que não pode ser gerada na prática espontânea das massas. Um nível que supõe a superação do espontaneísmo.



* Texto composto com trechos da “Carta de Princípios da FAU” e do artigo “La Organización Política es lo Decisivo” em Juan Mechoso. Acción Directa Anarquista: una historia de FAU. Montevideo: Recortes, s/d pp. 194-195.

* Tradução e seleção: Felipe Corrêa

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